Afinal, por que eu viajo tanto...?
Sempre me perguntam o porquê eu viajo tanto! Sou chamada de nômade,
cigana, entre outros adjetivos engraçados de povos que vivem perambulando por esse mundo. Considerando
que grande parte das viagens é a trabalho, eu sempre estico uns dias para
conhecer o lugar e sempre que posso escapo da rotina pra algum destino á lazer mesmo...
assim subitamente, como quem sai pra fumar um cigarro no meio da festa. Não
porque a festa estava ruim, mas pela necessidade de ir lá fora, sair do
barulho, encontrar alguma coisa esquecida...
Comecei a levar a sério essa pergunta que tanto me fazem, e
conclui que eu não viajo pra fugir de nada, não tenho problemas com a minha
rotina e tenho consciência da filosofia que diz “a grama do vizinho é sempre
mais verde”. Foi então que cheguei a algumas respostas: viajar no meu ver, sempre
esteve relacionado com expandir horizontes e amplificar
consciência, atender à minha personalidade curiosa e inquieta. É um
caminho para descobrir algumas coisas, aprender muito sobre muitas coisas e
encontrar algo em todas elas. As diferenças culturais sempre me encantaram,
permitindo que eu absorva tudo aquilo que eu julgar me fazer bem e apenas
observe o que eu julgar ruim. No final, toda viagem acaba sendo uma viagem
a nós mesmos.
Certa vez li em algum lugar pela net: “Viajar é a única
coisa que você compra e que te deixa mais rico”. De fato é um investimento que
acrescenta muito pra sua vida. Os bens materiais um dia quebram, ficam velhos,
não servem mais... e são jogados fora. A experiência de uma viagem fica. Os
momentos serão pra sempre seus. Ninguém volta de uma viagem exatamente igual,
sem nada na bagagem interna. A verdade é que completamos a nós mesmos
e abastecemos com alguns litros mais nosso tanque de amadurecimento.
Viagens resultam em consertar, renovar,
reformar, remendar ou dar novas percepções ao cérebro e à vida.
Deve ser por isso que eu viajo tanto, viajar é um dos
principais alimentos pra fazer de mim, quem eu sou hoje.
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